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Poesias-->UM CERTO EU -- 10/04/2000 - 21:26 (Eustáquio Mário Ribeiro Braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
I



O que sou?...

Quem sou?...

Resumindo: Um ser amor.

Ou não? Na dúvida, tentemos saber. Ou não?



II



Eu sou o chuvisco de gente

sou pequeno... ermo... enfermo...

Neblina, nada combina.



III



Sou o sereno da noite

quem sabe, madrugada

vago pela estrada.

Sou tempestade de dia

veemente sou gente

sou alegria e companhia

dos loucos, bêbedos e mendigos, e mais, dos anormais

que se julgam normais,

dos ditos normais, outrora loucos reais.



IV



Sou eu quem marca os passos dessincronizados da vida,

sou a rima da sina...

sou exima.

Sou o cão que ladra e morde

ao mesmo tempo que rosna e late em seus incultos pensamentos,

popular, franco, transparente, insano e dinâmico

eu diria até vulgar no instante comum do trem da vida,

consigo latir e chorar feito au..au...



V



Eu sou o sopro do vento

sou o eco do mundo

não sou rima nem Raimundo

se não morto moribundo

suor descendo em pele seca e fria

sou eira e beira, sou ladeira, correnteza... sou...sou...

Sou cascata sem água,

ponte sem rio,

sou casco sou navio

sabugo e milho

ando no trilho

deste imenso rio chamado viver...

Sou rio sem curva,

curvas sem estrada

sou mata, floresta, relva, selva. De novo estrada do nada.

- Êpa! sou nada?

ou somente o vazio?

Sou o eclipse do tempo e vento

sou tempero: coento, pimenta, vinagre...

condimento.

Sou o silêncio do mudo

ao passo que ouço o seu eco-grito,

o transmissor do surdo,

sou a fala do cego e prego,

sou cegueira do crítico,

sou buraco...orifício...vício...

sou a toalha molhada

e a surra também,

sou neném,

sou bebê fora do útero

introduzido na mãe, introvertido

sou o espermatozóide maldito.

Sou a cólera dos titãs,

sou a irmã,

estratosfera, núcleo da terra,

sou gemido,

cabrito sem berro

sou minério sem ferro

sou mistério,

sou o gusa,

sou a fumaça da nuvem,

sou o eco e o sistema, dilema.

Sou o macaco hidráulico que levanta as saias das virgens,

sou casto, pensamento casto, sou rastro.

Sou barulho do mar

e do ondear,

e sou, e sou, esse... e sou...



VI



Eu sou o vento, o ar,

sou raiz, caule e folhas, e frutos sou,

sou árvore,

avenida, rua e alameda,

direita e esquerda,

porta e greta,

bálsamo e amônia,

vergonha,

sou o médico que opera as cabeças com a pena,

sou riso, sou a própria hiena,

sou rena? não sou, não mereço, como também não sou nem lobo, nem cordeiro,

talvez seja um leão tal meu signo.

Eu sou a fobia do medo

sou segredo,

sou ferida aberta, sou da paz.

Sou bomba? Não, não, não sou,

sou o tiro e a queda

sou talvez um poeta...

Sou o deserto, e pântano, e brejo.;

sou areia movediça,

sou a preguiça.

Sou ilha, sou o braço do mar,

sou lar,

sou razão e coração,

sou oficina e reboque

sou o toque, o veneno e o soro anti-ódio,

sou o topo mais alto, o pódio.

Sou sssorte,

sou aaamar, sou aaamor,

sou gago, e ando, sou manco.

Sou nascimento, vida e morte...

vida...nascimento, vida, morte...sorte...

O que sou? Lamento se não goste.

sou aquilo e talvez o isto,

sei lá, entendo, sou o remendo,



VII



sou o cais e porto, fugaz, tenaz,

se não cola, talvez seja bem mais.

Eu sou o mala sem alça, sem rodinha e sem fundo,

sou o mala de chumbo, às vezes, um mala cheio de maletinhas dentro uma da outra,

sou ostra, e pérola, e casco, e martelo, quebro,

sou ébrio,

sou infinito ao passo que chego ao fim, mas a mim me importam os meios,

sou sério, honesto, sem gesto, transparente e aberto,

mesmo sendo o chato do escroto do chato,

sou filósofo, poeta, ator, cantor sou artista

sou guerreiro e idealista,

talvez altista no perceber e sentir

sou o bêbado sem equilíbrio, equilibrado, equilibrista

sou macro e micro, atrevido

Sou sem nunca ter sido,

sou falecido,

sou um aparecido, até mesmo esquisito,

preferiria se fosse em espanhol.

Sou uma mistura homegênea de diversas coisas heterogêneas,

sou um outro dilema, a celeuma.

Sou o ser real e virtual,

sou o virtual real ao passo que sou interno e alto,

internauta, espada.

Sou o poeta morto,

sou um da mitologia, quem sabe dramaturgia,

não faço e nem reprovo magia,

encanto, danço, alcanço, descanso sou.

sou a paz fervente, sou nascente,

oriente e ocidente

sou sol poente

sou em certo eu

Eustáquio,

sou Mário sem armário

sou Ribeiro e Braga.

sou do eu, mas conjugo no nós,

sou pássaro albatroz

sou pena, peninha

Sou Kyn, Thac Kyn,

sou taco e taquinho

sou ninho

Thackyn

Apenas sou-me.



VIII



"E o que somos senão passos rachados" na erosão do tempo.

O que somos senão pó e a ele retornaremos,

o que somos senão grão, semente, planta e fruto,

semente, planta e fruto...

semente, planta e fruto...

Semente somos gente,

se mente não seremos também?

se não mentes, és mentiroso,

sou gostoso, não minto, já menti para mim,

mesmo assim sou gente.

Com todas as imperfeições, somos e estamos próximos de Deus,

e até semelhantes ao Filho, mesmo não sendo somos filhos,

Somos filhos de Deus,

sua misericórdia nos salvou de nós mesmos.



IX



Somos paciência,

Somos relâmpago, trovão e chuva,

música somos.

Somos o encontro da alma ao corpo,

ou corpo e alma,

somos às vezes os desalmados com alma pura e casta.

Somos a seqüência do ciclo que se abre e se fecha,

e não importa a velocidade ou tempo,

somos dimensão,

somos promessa,

somos a paz e pressa,

caça e caçador,

somos crianças adultas,

adulteras enquanto sonhamos ou vivemos,

cremos.



X



Eu sou a dor

Eu sou o odor de mim, sou o cheiro bom ou ruim.

Sou do Eu, e como doeu dizer isto



XI



Quão distante chegamos e ainda não aprendemos o que somos,

enganos. Não somos nada, apenas vivemos.

Uns mais outros menos, apenas vivemos.



Eustáquio Mário Ribeiro Braga

THACKYN - 17/09/1999

Segunda versão atualizada em 21/09/1999



Inicio ou fim?

E o que somos?????

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